Segundo Reinado

Aspectos Econômicos

A economia durante o Segundo Reinado estava centrada na agroexportação, sendo este o período de maior destaque da exportação de café para a Europa.
Inicialmente, a produção de café se concentrava na região do Vale do Paraíba, que abrange partes das províncias de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
As plantações de café operavam no modelo de plantation, caracterizadas por grandes latifúndios, monoculturas e o uso de mão de obra barata, composta por escravizados e imigrantes.
Outra área importante para a produção de café foi o Oeste Paulista, onde as terras férteis favoreciam o cultivo. Os proprietários de terras nessa região preferiam utilizar mão de obra livre, o que resultou em um aumento do fluxo de imigrantes.
Os altos lucros obtidos com a exportação de café deram origem aos chamados barões do café, que passaram a ter grande influência no país.
Além disso, o comércio de café impulsionou a centralização política e econômica no sudeste e contribuiu para a expansão das ferrovias, facilitando o transporte do produto.

ERA MAUÁ (1850-1878)

A "Era Mauá" foi um período importante no século XIX, em que o Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, liderou os esforços de industrialização no Brasil. Ele construiu ferrovias, criou uma rede de telégrafos submarinos ligando o Brasil à Europa, investiu na Companhia do Gás do Rio de Janeiro e fundou o Banco Mauá & Cia. Defensor da mão de obra assalariada, uma visão abolicionista, ele enfrentou resistência dos latifundiários escravocratas. Apesar de seu sucesso inicial, em 1878 seu banco faliu, e ele terminou sua vida como corretor de negócios de café. Mesmo assim, seu legado como pioneiro da modernização no Brasil é inegável.

Aspectos Políticos

POLÍTICA INTERNA


A política do Segundo Reinado foi marcada por disputas entre dois grandes partidos: o Partido Liberal (PL) e o Partido Conservador (PC). O Partido Liberal queria mais autonomia para as províncias, defendendo que cada região tivesse mais controle sobre seus próprios assuntos. Já o Partido Conservador preferia a centralização do poder, acreditando que o governo imperial deveria manter o controle para garantir a ordem e a estabilidade do país.

Embora parecessem rivais, esses partidos não eram tão diferentes assim. No fundo, ambos representavam a elite rica, formada por grandes fazendeiros e cafeicultores. Eles concordavam em manter a escravidão e o modelo de exportação agrícola, que era o que movia a economia na época. Essa troca de poder entre liberais e conservadores, conhecida como "política de conciliação", resultava em poucas mudanças reais para o povo, já que as decisões sempre favoreciam os mais ricos.


Em 1847, D. Pedro II implementou o "Parlamentarismo às Avessas", um sistema político que, embora inspirado no parlamentarismo britânico, dava ao imperador o controle final por meio do Poder Moderador. Com isso, ele nomeava e demitia primeiros-ministros, mantendo o equilíbrio entre os partidos conservador e liberal. Esse modelo reduziu as disputas políticas e trouxe maior estabilidade ao Brasil, contrastando com o agitado Período Regencial.

Durante o Segundo Reinado, o país viveu menos conflitos internos, graças ao controle centralizado e ao crescimento econômico impulsionado pelo ciclo do café. A expansão das ferrovias, a imigração europeia e o aumento do comércio também contribuíram para a estabilidade política, econômica e social, marcando um período de paz interna e desenvolvimento.

POLÍTICA EXTERNA

GUERRA DO PARAGUAI (1865-1870)

A Guerra do Paraguai, ocorrida entre 1864 e 1870, foi o maior conflito da América do Sul e envolveu Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O ditador paraguaio, Solano López, queria expandir o território do Paraguai e conquistar uma saída para o mar, o que gerou tensões. O conflito começou quando o Paraguai aprisionou um navio brasileiro e invadiu territórios argentinos e uruguaios sem permissão. Isso levou à formação da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) para lutar contra o Paraguai. A guerra começou quando López aprisionou um navio brasileiro (Marquês de Olinda), no Rio Paraguai, que estava indo em direção à Cuiabá (MT), pois desconfiavam-se de haver armas nos porões da embarcação, também  invadiu territórios argentinos e uruguaios sem permissão, o que levou os três países a formarem a Tríplice Aliança. O conflito durou seis anos e trouxe devastação, especialmente para o Paraguai, que perdeu cerca de 80% da sua população masculina e sofreu um colapso econômico. O Brasil, apesar da vitória, teve um aumento significativo em sua dívida externa por causa dos altos custos da guerra. No entanto, a guerra fortaleceu o exército brasileiro, deu impulso ao movimento abolicionista e marcou o início do declínio da monarquia. Ao final, o ditador Solano López foi morto em 1870, encerrando o conflito, mas o Paraguai demorou décadas para se recuperar dos danos sofridos.

Aspectos Sociais

Durante o Segundo Reinado no Brasil (1840-1889), o movimento pela abolição da escravidão ganhou força, com várias sociedades e jornais lutando pela liberdade dos escravizados. Isso deixou os grandes fazendeiros preocupados, pois eles temiam perder sua mão de obra e os investimentos que tinham feito. Para tentar conseguir indenizações, esses proprietários pressionaram o governo, mas o governo decidiu adotar um caminho mais gradual. Assim, foram criadas várias leis para acabar com a escravidão: a Lei Eusébio de Queirós (1850), a Lei do Ventre Livre (1871), a Lei dos Sexagenários (1885) e, por fim, a Lei Áurea (1888).

Ao mesmo tempo, os fazendeiros apoiaram a vinda de imigrantes, principalmente italianos e alemães, para trabalhar nas plantações de café, já que estavam perdendo a mão de obra escrava. Essa imigração aumentou por causa da Unificação Italiana e da Unificação Alemã. Para ajudar os imigrantes a chegarem ao Brasil, o governo e os fazendeiros criaram algumas iniciativas, como o Sistema de Parceria, que dava adiantamentos para os imigrantes, o Sistema de Colonato, que cobria as despesas de viagem, e o Programa de Colônias de Ocupação, que facilitava a distribuição de terras para os novos chegados.

Essas mudanças mostraram como o Brasil estava se transformando nesse período, passando de uma economia baseada na escravidão para uma que dependia mais da mão de obra imigrante.

Crise do Império

Após conflitos entre D. Pedro II e os militares, assim como com a elite oligárquica, foi proclamada a República em 15 de novembro de 1889, sem envolvimento da população. O Marechal Deodoro da Fonseca assumiu como o primeiro presidente do Brasil.

Clara Stangherlin Anselva-,Santa Maia-RS
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